O Brasil é um país sem memória. É verdade. Já sabemos disso há um bom tempo. Não temos, enquanto nação, o hábito de preservar a nossa própria história. Nas emissoras de televisão, talvez pelo alto custo das fitas de videoteipe na época, ou talvez pelo improviso dos primeiros tempos, acabamos não pensando no futuro e a história dos primeiros tempos acabou se perdendo.O acervo audiovisual da extinta Rede Tupi de Televisão, que está depositado na Cinemateca Brasileira.
Um produto dessa empreitada é uma pesquisa feita sobre Beto Rockfeller, novela apontada como marco na teledramaturgia brasileira.
“É a primeira novela que usa linguagem coloquial, figurinos coloquiais e se aventura na gravação externa, então aparece São Paulo. Além disso é uma novela que tem uma boa dose de irreverência”, afirma Esther Hamburger, professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Beto Rockfeller foi um sucesso de público e crítica e foi ao ar por 13 meses, entre 1968 e 1969, mas a coleção da Cinemateca Brasileira conta apenas com sete capítulos da produção da Rede Tupi.
No site Banco de Conteúdos Culturais é possível ter acesso a grande parte do acervo da TV Tupi, inclusive capítulos inteiros de novelas que estão preservados. Em outra área, é possível acessar os scripts dos telejornais.
Como resultado do projeto Resgate do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi, patrocinado pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos coordenado pelo Ministério da Justiça, a Cinemateca Brasileira apresenta um conjunto de imagens de arquivo organizadas em uma base de dados. São reportagens de telejornais veiculados pela TV Tupi, a primeira emissora de televisão do Brasil, que foi inaugurada em setembro de 1950 e encerrou sua programação em julho de 1980. O Resgate do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi foi um projeto piloto e seu objetivo é difundir uma parcela da coleção através da digitalização de materiais relativos a alguns anos de funcionamento da emissora. A base de dados será atualizada periodicamente, com acréscimo de reportagens e informações. Ao final do projeto, estarão disponibilizadas 125 horas de imagens históricas de variados telejornais da época, como Edição Extra, Diário de São Paulo, Ultranotícias e Repórter Esso, entre outros.